Prefeitos do sudeste falam sobre cassação de Marcelo Miranda

A instabilidade gerada pela cassação do governador Marcelo Miranda e sua vice Cláudia Lelis, preocupam os prefeitos do sudeste tocantinense. O portal Tocantins Agora entrou em contato com todos os prefeitos da região e até o fechamento desta matéria conseguiu os depoimentos dos prefeitos Rennan Cerqueira (PR) de Porto Alegre do Tocantins, Wagner Nepomuceno (MDB) de Almas, Mauro Júnior (PR) de Rio da Conceição, Martinha Rodrigues (PV), de Natividade e Paulo Rocha (PSD) de Conceição do Tocantins. Nossas ligações para os demais prefeitos foram encaminhadas para a caixa de mensagem.

Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgaram um recurso do Ministério Público Eleitoral contra o governador. O julgamento começou em 2017, sob relatoria da então ministra Luciana Lóssio. Em março do ano passado, ela votou contra a cassação de Miranda.

O principal fato apontado pela acusação foi a apreensão de R$ 500 mil em setembro de 2014, durante a campanha, dentro de um avião com milhares de panfletos políticos de Marcelo Miranda em uma pista de pouso de Piracanjuba (GO), a 87 km de Goiânia. Na ocasião, foram presas quatro pessoas ligadas ao governador; em depoimento, um deles confirmou a ligação do dinheiro com a campanha eleitoral. Na época, Miranda estava com suas contas bloqueadas em razão de irregularidades em mandato anterior como governador, em 2003, e estaria usando contas bancárias de laranjas para movimentar grandes quantias de dinheiro.

Para todos os prefeitos, nossa reportagem fez uma pergunta padrão; Qual a sua opinião e posição sobre a decisão do TSE que cassou o governador do Tocantins? O senhor (a) acha que a nova instabilidade prejudica do estado?

O QUEDISSERAM OS PREFEITOS

Rennan Cerqueira – Porto Alegre do Tocantins

“Com certeza a cassação prejudica o estado, municípios, ainda mais a nossa cidade que depende muito da arrecadação do estado, por mais que o governador esteja errado, vai ser uma paralização nos programas do estado prejudicando diretamente os municípios, correndo risco de termos duas eleições durante esse ano, até o próximo governador colocar a casa em ordem irá demorar para voltar a caminhar o nosso estado.

Martinha Rodrigues – Natividade

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“É uma situação difícil, não sei como irá ficar o cenário a partir de agora, segundo a decisão enfrentaremos duas eleições para governador nos prazo de menos de 6 meses. O TSE, eu acredito, sebe quais são as melhores medidas para estes casos e a gente não pode ir contra, me preocupa a questão dos gastos para realizar duas eleições no mesmo ano, diante da crise que ainda atinge os municípios isso assusta. Aqui em Natividade recebemos poucas destinações de benefícios. Aguardamos o recurso do empréstimo do estado que já estava pra sair, temos ainda a esperança de receber uma ambulância destinada através do empenho do presidente Mauro Carlesse e uma emenda da vice-presidente da Assembleia, deputada Luna Ribeiro, como temos uma boa relação com eles dois, acredito que não teremos muitas dificuldades com a formação deste novo cenário”.

Wagner Nepomuceno – Almas

“Com toda certeza a cassação gera uma instabilidade que atingirá os municípios, já estamos em um ano eleitoral, como enfrentaremos estes dois momentos num estado que está na situação que está? Imagina os gastos que terá nessa instabilidade que, não se sabem nem quem é quem. Por que a maioria desses pré-candidatos que estão aí e mudaram de partido, talvez nem poderão concorrer, e a gente não sabe ainda quem de fato nos governará. É muito imaturo ainda dizer quem pode ser melhor para o estado. Agora era o momento de retomada do crescimento, os prefeitos estavam na esperança de receber R$ 1 milhão para cada cidade para pavimentação, o recurso viria do empréstimo do estado já garantido, poderia até não fazer agora, temos também as máquinas da bancada federal, acredito que ao menos isso não será impeditivo de recebermos independente daquele que entrar. É um recurso já garantido. Acontecer uma cassação, já ao final do mandato gera uma instabilidade preocupante, penso que neste momento de crise uma eleição indireta seria mais cauteloso, realizar duas eleições diretas em um estado e país que já está quebrado preocupa. Quem sofre mais são os municípios”.

Mauro Júnior – Rio da Conceição

“Eu acho que não só o nosso município poderá ser prejudicado, como todo o estado por que estando o governador já no final do mandato, com toda uma estrutura de secretariado com programas em execução e de repente muda tudo numa reviravolta, isso nos preocupa. Eu particularmente não sei dizer se é correta ou não como tudo aconteceu, mas no final das contas gera um prejuízo muito grande para municípios e estado, meu pensamento é que neste momento, isso não é bom para o estado”.

Paulo Rocha – Conceição do Tocantins

O prefeito de Conceição do Tocantins nos respondeu através de whatsapp, o gestor disse apenas que Eu acho que não é bom para o estado, para nós gestores é ainda pior”.

O portal Tocantins Agora também está contatando os vereadores de Dianópolis, em breve traremos ao ar, matéria com posicionamentos dos parlamentares.